Bateria polêmica elimina Medina da etapa de Portugal


Com a derrota antecipada de Gabriel Medina na etapa francesa, o atleta dependia de um bom resultado em Portugal para levar o título antecipado. Porém, devido a uma interferência pra lá de polêmica numa disputa com outro brasileiro, o atleta foi mais uma vez eliminado antecipadamente, empurrando a decisão para Pipeline.

Caio Ibelli e Gabriel Medina se encontraram nas oitavas de final. Medina liderava a bateria mas perdeu devido a uma interferência. Com a redução de sua nota, Caio Ibelli conseguiu a vitória apesar de sua baixa pontuação.

ENTENDA A POLÊMICA

Os dois atletas pegaram a mesma onda, cada um surfou para um lado. Após o término da onda, os atletas remaram para o outside onde a prioridade seria definida conforme quem chegasse primeiro. Aqui está a polêmica: Medina diz que chegou primeiro ao outside e acreditou estar com a prioridade. O juiz de prioridade, porém, viu Caio Ibelli chegando primeiro e deu a prioridade ao segundo atleta. Quando Ibelli foi dropar uma onda, Medina remou para bloqueá-lo porque acreditou estar com a prioridade, mas acabou levando uma interferência que custou sua participação na competição.

Medina saiu da água e foi direto à cabine dos juízes contestar o resultado e pedir pela re-análise ou até re-surf pois achava que a prioridade era dele. Porém a WSL respondeu dizendo que Gabriel Medina deveria ter olhado a placa indicando que a prioridade estava com Caio Ibelli antes de cometer a interferência.

Gabriel Medina publicou um vídeo no seu Instagram reproduzindo o momento da disputa pela prioridade. No vídeo postado por Medina, a prioridade parece ser realmente dele e indica que a WSL cometeu um erro ao dá-la para Caio Ibelli.

Ibelli, por sua vez, também publicou em seu Instagram que não tinha o objetivo de provocar uma interferência e estava somente competindo e obedecendo a placa colocada pelo juiz da competição.

A repercussão foi tanta que vários atletas e telespectadores se posicionaram em defesa de Medina ou Caio e exigiram uma posição da WSL. A WSL então publicou um vídeo dizendo que a prioridade realmente era de Caio Ibelli e reafirmando que não irão realizar o re-surf.

XINGAMENTOS A CAIO

Por mais polêmica que tenha sido a situação, não podemos atacar um atleta por estar competindo. O problema é que Medina disputa o título e foi prejudicado pelo erro. Já Caio Ibelli luta pela sua permanecia na elite e precisava do resultado. Ele fez o que qualquer atleta faria para vencer e usou as regras a seu favor. Fica muito claro, revendo os vídeos, que o erro foi da WSL e o correto seria uma re-análise ou re-surf.

Caio Ibelli tem sofrido com muitos ataques nas redes sociais, deixando tudo ainda mais polêmico.

Destaque para a contribuição de Owen Wright, que ao comentar a publicação de Medina, pressionou a WSL e lembrou que inúmeras injustiças já foram cometidas pela Liga e nunca foram reparadas. Tá mais do que na hora de WSL assumir seus erros e admitir quando suas falhas interferem na carreira de seus atletas. Corrigir esses erros precisa ser uma alternativa! Principalmente quando esses erros interferem diretamente num título mundial.

Também seria legal e provavelmente mais proveitoso se os atletas brasileiros ao invés de atacaram um ao outro, se unissem para exigir uma postura da Liga Mundial. É claro que cada atleta vai defender o que está em jogo para si, e tem muita coisa em jogo: um título mundial e uma permanência na primeira divisão. Porém essa história já aconteceu mil vezes e nada mais é do que novamente a WSL prejudicando atletas brasileiros. Talvez esteja na hora de deixar algumas rixas de lado e adotar uma postura mais unida e madura.

Com isso a disputa pelo título ficou ainda mais embolada do que já estava e será definida na etapa havaiana.

Quer entender melhor como funcionam as regras de prioridade? Dá uma olhada na nossa página Dicas de Surf e tira tuas dúvidas!