Hoje em dia existem diversos sites e aplicativos que fazem previsão de surf, auxiliando muitos surfistas na hora de planejar suas sessões. Muitos sites utilizam fotos diárias e vídeos ao vivo dos picos, apresentando a condição real. Mas é muito importante entender também os mapas e os gráficos de previsão, eles ajudam o surfista a conhecer cada vez mais as condições ideais para seus picos preferidos e planejar bem suas sessões.
Falar sobre formação das ondas e direção do vento pode parecer complicado, principalmente no início. É uma mistura de geografia, física, meteorologia e, é claro, muita prática! Aqui vamos apresentar esses fatores da forma mais simples possível, buscando auxiliar principalmente os iniciantes. Mas lembre-se que “condições ideais” para surf é um assunto que às vezes causa discórdia entre os próprios surfistas. Os gráficos e as previsões ajudam muito, mas nada dispensa o bom e velho confere!
Como entender os gráficos de surf:
Ao analisar um gráfico de previsão de ondas, você precisa ficar de olho principalmente nos itens: direção da ondulação, período, vento e tamanho das ondas.
a) Direção da ondulação: serão apresentadas em pontos cardeais ou colaterais, ou seja, Norte, Sul, Nordeste, etc. e indicam a direção que a ondulação (swell) chega na praia. A direção ideal varia de praia para praia, pois depende muito do recorte geográfico da região. Algumas praias têm ilhas ou são cercadas por montanhas que podem bloquear certas ondulações. O ideal aqui é fazer uma relação entre a previsão e as condições reais, observando quais ondulações funcionam melhor na praia que você surfa. Depois de um tempo de observação já é possível entender quais são as melhores ondulações dos seus picos preferidos.
b) Período: relacionado à qualidade da onda. O período é medido em segundos e significa o tempo de espera entre as ondas da série. Simplificando bastante, períodos maiores (de 10 a 16 segundos) significam ondas com melhor formação enquanto períodos menores (abaixo de 7 segundos) geralmente representam mares mais mexidos, ondas fechando e pouco espaço para varar (quando a praia não tem canal).
c) Vento: importante observar a velocidade e a direção do vento, que influenciam diretamente na qualidade da onda, deixando o mar liso ou mexido. Nos gráficos, a velocidade do vento é medida em km/h ou nós. 1 nó equivale a aproximadamente 1,8 km/h. O vento ideal na praia é o vento terral (que sopra da terra em direção ao mar) de intensidade fraca ou moderada (5 a 10 nós). O vento terral é o responsável por segurar a crista da onda, podendo originar alguns tubos e deixando a parede da onda lisa. O vento maral (do mar para a terra) é o vento menos desejado pois muitas vezes deixa o mar mexido e com muita correnteza. No litoral gaúcho o vento terral é indicado nos gráficos como vento Oeste e variações, e o vento maral como vento Leste e variações. Esse é mais um item que depende do recorte geográfico da praia. É interessante observar que a presença de montanhas pode proteger a ação de alguns ventos e canalizar outros, mudando sua direção. Vale observar o gráfico e depois dar uma conferida até entender quais ventos geram as melhores ondas em sua praia!
d) Tamanho das ondas: item mais fácil de observar, o tamanho da onda é medido em metros ou centímetros. Para iniciantes recomendamos começar em mares mais baixos (até 1m) até adquirir confiança e habilidade para cair em mares maiores. Lembrando que os fatores descritos acima também influenciam na qualidade da onda, ou seja, muitas vezes o mar pode estar com ondas pequenas, mas nem por isso menos perigosas.